Depoimento sobre a minha vivência no
Grupo Corpo Sonoro de Teatro:
Inspirar: Respirar. SENTIR.
Ativar os sentidos, notá-los. Fechar os olhos e olhar o mundo, me guiar no escuro usando tão somente as seguras ondas de calor que emergem dos corpos, do meu corpo, escutar o frio do piso gelado.
Essa vida, uma proposta, essa doutrina, escolhida por mim: segui-la. Abrir mão das zonas de conforto, propor a mim mesma desafios, brincar com o equilíbrio. Talvez nossa maior tarefa seja lidar com o limite. LIMITE. Viver todos os momentos, topar o desafio, mergulhar de corpo e alma. Sempre alcançar nossas metas, ultrapassando os limites físicos, psíquicos . . .
A voz: dizer o que diz o coração, abrir a boca, articular, PALAVRA, texto, pretexto, pulmão, diafragma, TRAQUEIA, Eu sou também som! Ressoa, ressoa, ecoa o pensamento. GESTO. Dizer com os olhos, é demonstrar a vida que me resta, viver sonhos, sonhar a vida.
Propor, mudar, transformar, mutação a cada ensaio, nascer, crescer, amadurecer, compartilhar: PARIR!
Buscar olhares, não apenas o meu olhar, ver por outros olhos, tocar, sentir a presença do outro. Tentar fazer diferente, fugir do cotidiano. Não deixar o mundo sufocar (sufocar quem?), transbordar o universo em mim mesma, misturá-lo com outros universos. Estar por inteiro, buscar o melhor, doar-me ao máximo, secar minhas próprias lágrimas. Sacralizar cada instante, com toda visceralidade. Isso é para mim: SER um CORPO SONORO.”
Paloma Neves.
Cenotécnica e Atriz
Cenotécnica e Atriz