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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

PALAVRAS DE CONSTRUÇÃO


É um grande mistério fazer teatro. Cada processo, cada estudo, cada aprendizado e cada direção se dá de uma forma. Como se o processo se revelasse durante o próprio processo, se resolvesse ao ser mexido, pensado e verificado por nós, assim também se descobre sobre esse mistério, o que na minha opinião se torna uma grande dicotomia.

A partir do momento que não se sabe como será conduzido um processo de criação exatamente em seu início, quando se parte da vontade de criar e de movimentar-se por algo e é preciso começá-lo, mas há a responsabilidade com o tempo de produção, e a dicotomia está na liberdade que nos dá esse aprender do processo e ao mesmo tempo manter metas durante um processo de criação tão livre. Há diversas possibilidades para um diretor conduzir a direção de um espetáculo teatral e uma pesquisa como a do nosso grupo.

E nós o fazemos fazendo, descobrindo as possibilidades  e desafios que se revelam durante o processo em nosso fazer teatral que se torna muito nosso quando começamos a viver isso no nosso dia a dia. E assim se dá o nosso aprendizado artístico, que nos fascina, como um segredo que se desvenda na nossa cena.                   


Uan Melo - Diretor
" Tudo é uma questão de manter a mente quieta,a espinha ereta e o coração tranquilo. " 
* Walter Franco 

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

DA PREPARAÇÃO À CENA




"Nós vamos levando esse barco, buscando a tal felicidade, pois juntos estamos no palco..."
Gonzaguinha


"Mamãe, mamãe não chore, a vida é assim mesmo ... pegue uns panos para lavar, leia um romance..."
Caetano





"Sabe lá, 
o que é não ter e ter que  ter para dar, 
sabe lá..."
Djavan



O nosso processo de construção cênica se pauta na experiência do ator e suas vivências, o "in-corporamento" dessas sensações e sua retomada física para o processo teatral se dá através de exercícios físicos que sondam o terreno dessas sensações no corpo e espírito do ator. Impulsos e tensões partiturados no corpo do ator nos fazem sentir e buscar as sensações que norteiam nosso processo de criação. 


O ator é simultaneamente matéria-prima, criador e diretor de sua criação. Onde se propõe sentir e comunicar esse sentimento da forma mais clara, verdadeira e autêntica possível, o que torna cada corpo um livro novo a ser lido, uma experiência nova a ser contemplada, um novo campo de significados, que se tornam um continente de significados quando rumam para fazer sensível na platéia o que nos propomos sentir.


Texto e Fotos: Uan Melo - Diretor Geral

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

NOSSO TRATADO NA PESQUISA ESTÉTICA

Debruçados em todas as transformações no fazer teatral, desde seus ritos ancestrais até o teatro contemporâneo, ainda em processo de compreensão, o Grupo Corpo Sonoro de Teatro norteia sua idéia fundadora a partir de um pensamento que recusa à “sociedade do espetáculo”, contrapondo a arte mercadoria, cuja estética abandona por completo a obra de arte em seu conteúdo e estética. A nossa atuação valoriza a importância da presença do ator e a expressividade do seu corpo e sua sonoridade, misturando ficção e realidade na encenação. A elaboração prática deste teatro possui uma ideologia marcada pela cultura híbrida, onde o ator passa a ser a mensagem, tendo o processo dramático no corpo do ator. Na expressividade pós-dramática, todo corpo é por si um significado, embora possa oscilar entre representativo e performático.

O corpo vivo é uma complexa rede de pulsões, intensidades,
pontos de energia e fluxos, na qual processos sensórios motores coexistem com lembranças corporais acumuladas, codificações e choques. Todo corpo é diverso de trabalho, corpo de prazer, corpo de esporte, corpo público e privado”. 
- LEHMANN -

E é a partir de uma dialética física repleta de tensões que tornam visíveis as ações emotivas, conceituais e psicológicas que o corpo performático, integrante e pesquisador dessa estética, comunica e afeta o espectador, como teia de tensões e imagens correlacionadas. Não buscamos desenvolver um sentido nem ilustrar uma história representada com personagens referenciais, mas sim articulamos a energia como forma de expressão.

Denise Stoklos diz que “no teatro essencial não há personagem. Há “persona, há “in-corporamento”. Ou seja o material de criação do artista é sua vida e corpo, com o intuito de adquirir autonomia, longe das excessivas tecnologias e aparatos cênicos, a fim de comunicar algo e aproximar o espectador do ator. Seu instrumento primordial de criação é o espaço e como ele se desloca ali. É através de diferentes nuances corporais elaborada na sua movimentação do palco que podemos perceber as decisões que o artista deseja expressar. Para atingir a vivacidade de um corpo expressivo é necessário potencializar sua presença através de uma técnica que o diferencia do corpo cotidiano e o faz um corpo autêntico e sensível.

Para Denise Stoklos a expressão é adquirida por meio de instrumentos técnicos como:

movimento isolado de partes do corpo, gesto transformado, presença de música, coreografia, texto,citação, reprodução, colagem, uso de ponto fixo, gesto transformado, figuras de estilo, máscara facial, oposições e espaço-tempo presente.”

Dessa maneira a corporeidade do ator vira signo para a cena, transformando o corpo de uma mera ferramenta que servia para concretizar ideias.

O gesto é aquilo que fica em suspenso em cada ação voltada
para um objetivo: um excedente de potencialidade, a fenomenalidade de uma visibilidade como que ofuscante, que ultrapassa o olhar ordenador- o que se torna possível porque nenhuma finalidade e nenhuma reproditubilidade enfraquece o real do espaço, do tempo e do corpo. O corpo pós-dramático é, neste sentido, um corpo do gesto.
- LEHMANN -

Nosso ator, a principio, não se baseia na busca de informações significantes que manifeste sentido explicito, mas sim se expressa na sua ação e substância física, que apresenta uma corporeidade autosuficiente e autêntica, expressa com nuances de intensidades, a partir das tensões físicas internas ou externalizadas. Sendo assim, o nosso teatro nega uma estrutura inteligível para a recepção, em prol da expressão da corporeidade, resultando na supremacia do corpo como estética que valoriza sua mensagem.

O que nós buscamos desenvolver enquanto técnica dentro do Grupo Corpo Sonoro de Teatro é a união entre o corpo artístico, corpo real, e o corpo expressivo e sagrado, fazendo importante a essência corporal comum a todos para atingir o público por meio da expressão de seu esforço e da sensação que vive “in-persona” em cena. Este corpo que reivindicamos é repleto de possibilidades de expressão que encontra conexões com importantes artistas. Neste contexto, não há arte sem esforço físico e articulação de energia pelo espaço. A nossa arte se articula através das nuances de tônus corporal que se relaciona com o espectador a fim de comunicar, interagir e transformar. O trabalho é fundamentalmente do ator e é através dele que o público se constrói, por meio de uma ação essencialmente verdadeira, que conta uma história, onde as sensações são mais importantes que o entendimento intelectual. O que queremos é proporcionar um ato artístico e libertário, funcionando como elemento curativo da alma, vivificando a presença de cada um e significando para todos.

Uan Melo
Diretor Geral

sábado, 15 de janeiro de 2011

EXPERIÊNCIA ATIVA






Na tentativa de experimentar emoções análogas as dos personagens que estamos criando, nos reunimos para acessar uma série de 
sensações físicas que nos aproximam desse universo, catalogando-as no corpo 
para acessar ao longo do processo criativo, contribuindo para a expressão autêntica de nossas impressões.


Fotos e Texto: Uan Melo - Diretor

sábado, 8 de janeiro de 2011

REFINANDO A TÉCNICA PARA A CRIAÇÃO


 "teatro é a poesia que sai do livro e se faz humana." 
Federico García Lorca 


" A análise ativa é uma maneira dos atores analisarem o material proposto pelo texto dramatúrgico em ação, nos ensaios, ou seja, procurar compreender a obra dramática através da ação praticada ou improvisada pelos intérpretes dos papéis a partir de conhecimentos superficiais da peça, e não na base de grandes estudos cerebrais de entendimento do texto. " 
Eugênio Kusnet


 Expressividade é a capacidade que todo o existente tem para transmitir os diferentes estímulos, sentimentos, ideias, desejos.... com clareza e de uma maneira criativa.
Linguagem é qualquer e todo sistema de signos que serve de meio de comunicação de idéias ou sentimentos através de signos convencionados, sonoros, gráficos, gestuais etc., podendo ser percebida pelos diversos órgãos dos sentidos, o que leva a distinguirem-se várias espécies ou tipos: visualauditivatátil, etc., ou, ainda, outras mais complexas, constituídas, ao mesmo tempo, de elementos diversos. Os elementos constitutivos da linguagem são, pois, gestossinaissonssímbolos ou palavras, usados para representar conceitos de comunicação, idéias, significados e pensamentos. Embora os animais também se comuniquem, a linguagem verbal pertence apenas ao Homem. "



A partir desse ensaio entramos numa constante busca pelo refinamento da técnica para a criação da peça. Trabalhamos a partir do corpo e suas sonoridades, investigamos o rítmo interno e externo, o movimento, velocidade e respiração. Verticalizando esse processo de criação que parte do ator para a criação cênica.  
Uan Melo 
Diretor







 " A materia prima fundamental no teatro é o corpo do ser humano, entende-se por corpo todos os atributos materiais ligados ao ser humano, como também suas sonoridades e o rítmo que constrói a identidade da expressão. " 
Maurice Merleau-Ponty