SEJA BEM VINDO!!!

CONTATO

PARA FAZER CONTATO DEIXE SEU COMENTÁRIO OU NOS ESCREVA:

-E-MAIL: grupocorposonorodeteatro@gmail.com

domingo, 13 de fevereiro de 2011

"DEIXO"


" Deixo meus olhos em minha terra,
Sinto a vida que dela brota,
Como que o abraço de minha mãe,
O afago em meus cabelos,
O sorriso terno,
Que com o vento me dá seu adeus.
Da vida simples,
Do sol ardente,
O forte cheiro inconseqüente:
Seus sims, seus sonhos,
Seus medos e nãos.


Das palavras singelas, 
Que de métrica nada sabem,
Soam ruídos do universo. 

Se dos medos não me libertar,
Se na vida não me arriscar,
Se meus sonhos não abraçar,
Se eu deixar de lutar,
Se a garganta não quiser gritar,
Se a respiração falhar,
Se perder o calcanhar,


A matéria que é dada de nada servirá.
Não bastará,
Ter os olhos para chorar.
Fonte inesgotável, e se tu te enganasses?
Se os olhos não enxergassem,
A visão se manteria.
Hoje tenho medo,
Tenho medo e não nego.
Minha vontade de dizer,
É mais forte,
Que o ato de mal escrever.


 Versos simples,
Vergonhosos, de alguém,
Que pouco entende,
Ortografia,
Mas que só assim consegue
Mostrar o que sente,
Porque na caneta,
A alma confia.



 Rima seca, verso torpe!
Se dizer que não sei escrever,
Ninguém há de se importar.

Os meus sonhos não são seus,
E o que me alimenta, 
É tentar mudar.

Mudarei o mundo inteiro?
Não, apenas o meu olhar...



Pra quê falar?
Corro o risco de não querer escutar.

Os lábios devem dizer
sem pensar?

Encher o peito até sufocar
e de tão mesquinha não reclamar.






Eu não sei que horas são.
Nem pra onde a vida anda.
O meu corpo pede arrego,
Meu sotaque,
Minha marca,
Minha gente.



Não há para onde ir.
Não renego o medo que sinto,
O receio de cair,
No abismo de meu próprio,
Infinito. "








Texto: Paloma Neves

Fotos: Uan Melo

Nenhum comentário:

Postar um comentário