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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

NOSSO TRATADO NA PESQUISA ESTÉTICA

Debruçados em todas as transformações no fazer teatral, desde seus ritos ancestrais até o teatro contemporâneo, ainda em processo de compreensão, o Grupo Corpo Sonoro de Teatro norteia sua idéia fundadora a partir de um pensamento que recusa à “sociedade do espetáculo”, contrapondo a arte mercadoria, cuja estética abandona por completo a obra de arte em seu conteúdo e estética. A nossa atuação valoriza a importância da presença do ator e a expressividade do seu corpo e sua sonoridade, misturando ficção e realidade na encenação. A elaboração prática deste teatro possui uma ideologia marcada pela cultura híbrida, onde o ator passa a ser a mensagem, tendo o processo dramático no corpo do ator. Na expressividade pós-dramática, todo corpo é por si um significado, embora possa oscilar entre representativo e performático.

O corpo vivo é uma complexa rede de pulsões, intensidades,
pontos de energia e fluxos, na qual processos sensórios motores coexistem com lembranças corporais acumuladas, codificações e choques. Todo corpo é diverso de trabalho, corpo de prazer, corpo de esporte, corpo público e privado”. 
- LEHMANN -

E é a partir de uma dialética física repleta de tensões que tornam visíveis as ações emotivas, conceituais e psicológicas que o corpo performático, integrante e pesquisador dessa estética, comunica e afeta o espectador, como teia de tensões e imagens correlacionadas. Não buscamos desenvolver um sentido nem ilustrar uma história representada com personagens referenciais, mas sim articulamos a energia como forma de expressão.

Denise Stoklos diz que “no teatro essencial não há personagem. Há “persona, há “in-corporamento”. Ou seja o material de criação do artista é sua vida e corpo, com o intuito de adquirir autonomia, longe das excessivas tecnologias e aparatos cênicos, a fim de comunicar algo e aproximar o espectador do ator. Seu instrumento primordial de criação é o espaço e como ele se desloca ali. É através de diferentes nuances corporais elaborada na sua movimentação do palco que podemos perceber as decisões que o artista deseja expressar. Para atingir a vivacidade de um corpo expressivo é necessário potencializar sua presença através de uma técnica que o diferencia do corpo cotidiano e o faz um corpo autêntico e sensível.

Para Denise Stoklos a expressão é adquirida por meio de instrumentos técnicos como:

movimento isolado de partes do corpo, gesto transformado, presença de música, coreografia, texto,citação, reprodução, colagem, uso de ponto fixo, gesto transformado, figuras de estilo, máscara facial, oposições e espaço-tempo presente.”

Dessa maneira a corporeidade do ator vira signo para a cena, transformando o corpo de uma mera ferramenta que servia para concretizar ideias.

O gesto é aquilo que fica em suspenso em cada ação voltada
para um objetivo: um excedente de potencialidade, a fenomenalidade de uma visibilidade como que ofuscante, que ultrapassa o olhar ordenador- o que se torna possível porque nenhuma finalidade e nenhuma reproditubilidade enfraquece o real do espaço, do tempo e do corpo. O corpo pós-dramático é, neste sentido, um corpo do gesto.
- LEHMANN -

Nosso ator, a principio, não se baseia na busca de informações significantes que manifeste sentido explicito, mas sim se expressa na sua ação e substância física, que apresenta uma corporeidade autosuficiente e autêntica, expressa com nuances de intensidades, a partir das tensões físicas internas ou externalizadas. Sendo assim, o nosso teatro nega uma estrutura inteligível para a recepção, em prol da expressão da corporeidade, resultando na supremacia do corpo como estética que valoriza sua mensagem.

O que nós buscamos desenvolver enquanto técnica dentro do Grupo Corpo Sonoro de Teatro é a união entre o corpo artístico, corpo real, e o corpo expressivo e sagrado, fazendo importante a essência corporal comum a todos para atingir o público por meio da expressão de seu esforço e da sensação que vive “in-persona” em cena. Este corpo que reivindicamos é repleto de possibilidades de expressão que encontra conexões com importantes artistas. Neste contexto, não há arte sem esforço físico e articulação de energia pelo espaço. A nossa arte se articula através das nuances de tônus corporal que se relaciona com o espectador a fim de comunicar, interagir e transformar. O trabalho é fundamentalmente do ator e é através dele que o público se constrói, por meio de uma ação essencialmente verdadeira, que conta uma história, onde as sensações são mais importantes que o entendimento intelectual. O que queremos é proporcionar um ato artístico e libertário, funcionando como elemento curativo da alma, vivificando a presença de cada um e significando para todos.

Uan Melo
Diretor Geral

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